sábado, 5 de setembro de 2009

O Poema Geológico

Vinhedos (imagem picada daqui)


A Quinta do Barreiro insere-se na maior extensão de vinha plantada numa zona montanhosa, o Douro. De Mesão Frio até à raia fronteiriça, o Douro vive do abismo entre os altos e a única planura do espelho de água de um rio contido mas não domado. Bem perto da Quinta do Barreiro, inserido na vertente do maciço que sustenta as freguesias de Canelas e Poiares que lança sobre o rio Tanha, encontramos pequenos casarios como a Presegueda, a Pitarrela ou Santo Xisto. Pela fresca das encostas voltadas a norte serpenteia o caminho que liga Poiares a Vilarinho, pendente sobre ribeiros, contornando cada pedra, parando para descansar na soleira da Capela de Santo Xisto, na sombra dos primeiras casas do Cimo do Lugar. O Fojo do Lobo dá o nome a uma das elevações que se ergue em frente aos nossos socalcos e do alto da Feiteira as videiras empoleiram-se numa lâmina de terra íngreme, periclitante, sobre a rocha xistosa que desaba na água corrente. O Douro é feito desta convivência amarga entre o vaticínio telúrico e a vontade humana.

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